Clube do Gol › Fóruns › Notícias Automotivas › Morre Ferdinand Piëch, neto de Ferdinand Porsche e salvador da Volkswagen – AUTO ESPORTE
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27/08/2019 às 00:34 #1010403715
Ferdinand Piëch faleceu aos 82 anos de idade na cidade alemã de Rosenheim. A notícia foi dada pela mídia alemã e repercutida por veículos como a Deutsch Welle e as agências de notícias Reuters e Associated Press.
Nascido em 17 de abril de 1937, em Viena, na Áustria, o executivo ficou famoso por ter comandado a Volkswagen e também por ter sido o entusiasta por trás de muitos projetos do grupo. O seu papel no desenvolvimento do Porsche 911 foi notável e não se deu por acaso: Piëch era neto de Ferdinand Porsche. O austríaco trabalho na marca alemã entre 1963 e 1972, período no qual apostou no Porsche 917, modelo que inaugurou a fama de vencedora de corridas da Porsche. A sua carreira no fabricante foi terminada em 1972 por motivos que fugiram a Piëch: a família foi proibida de participar do negócio da marca.
Foi nesse ano em que ele começou a trabalhar na Audi. Após uma série de carros ousados e tecnológicos, o executivo conseguiu erguer a Audi como marca de luxo. Anteriormente, o fabricante vivia à sombra da Volkswagen e lançava basicamente versões um pouco mais luxuosas dos modelos da VW. Atualmente, a Audi concorre de igual para igual com a BMW e Mercedes-Benz. Algo inimaginável nos anos 1970.
Mas foi na Volkswagen que Piëch promoveu um verdadeiro milagre. Ele assumiu o fabricante em 1993. Para o leitor ter uma ideia da situação da Volks, a marca estava a três meses da falência. Foi ele que arquitetou um plano de revitalização impressionante. O grupo passou a usar mecânica e plataformas comuns entre as marcas, incluindo a tcheca Škoda, a espanhola Seat, duas companhias que foram adquiridas nesse período. Com isso, a produção e investimentos foram racionalizados e a lucratividade retornou.
Antes restrito a uma ou duas marcas, o conglomerado cresceu durante sua gestão. Piëch foi o responsável pela aquisição da Lamborghini e também batalhou contra a BMW para ficar com a Bentley. Acabou que a BMW levou a melhor e ficou com os direitos do uso da marca Rolls-Royce, então dona da Bentley. Piëch não acusou o golpe e sempre afirmou que o seu objetivo era ficar somente com a Bentley.
Em sua era, a VW entrou em uma era mais premium. Não por acaso, foi durante a sua gestão que a marca alemã arriscou o Phaeton, um supersedã com motor de doze cilindros e resultado pífio de vendas. Em conjunto com a batalha com a BMW, o caso foi um dos raros insucessos de Piëch. A sua luta por fazer carros de qualidade incluiu outros insucessos como o Audi A2, um incomum compacto feito de alumínio.
Famoso por ser um apaixonado por carros, Piëch também ressuscitou a marca francesa Bugatti, que logo lançou o carro mais rápido do mundo, o Veyron, o primeiro carro de produção a ultrapassar os 400 km/h. Um monstro de 1.014 cv! Pode não ter sido um sucesso comercial, mas Piëch teve cacife suficiente para bancar o experimento. Mesmo que o Veyron tenha dado um prejuízo multimilionário.
Ter incentivado o projeto do carro mais rápido do mundo foi apenas um dos feitos. Seria difícil condensar a vida de Piëch em apenas uma matéria. O executivo encerrou sua carreira na VW em 2002, porém ainda foi um dos nomes mais influentes do grupo até a sua morte. Foi graças a ele que o grupo tem marcas muito variadas no seu portfólio, um império que inclui ainda as marcas de caminhão Scania e MAN e o fabricante de motocicletas Ducati.
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