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O sonho de muitos entusiastas é encontrar um carro parado há muitos anos, preservado dos desgastes e da ação do tempo, recuperá-lo e colocá-lo de volta na rua. E, nestes tempos, o que está em alta são os carros da década de 1990, que estão cada vez mais perto de se tornar clássicos – estamos nos aproximando do fim de 2017, afinal. Este Gol Mi 1.6 1999 ainda não completou vinte anos, mas já pode ser considerado uma cápsula do tempo: tem só 2.140 km rodados. E está à venda, anunciado no GT40.
Em 1999, o Volkswagen Gol “bolinha”, como ficou conhecido este modelo, estava para mudar: no ano seguinte, foi lançado o Gol “G3” (que na verdade era uma atualização mais profunda da segunda geração, que por sua vez ficou retroativamente conhecida como “G2”). Mas isto não impediu que um senhor abastado, residente em Porto Alegre/RS, de comprar um Gol Mi 1.6 1999 para seu neto, que havia acabado de passar no vestibular de medicina da UFRGS. Na época, os familiares disseram que era besteira, pois todos os anúncios nas revistas diziam que o Gol estava para mudar, mas o homem insistiu: comprou o carro para marcar a ocasião, e deixaria para trocar por um Gol “G3” no ano seguinte.
Até aí, tudo certo. Acontece que o rapaz jamais conseguiu tirar a carteira de habilitação, e por esta razão o carro passou a maior parte de sua vida parado na garagem, rodando pelo menos uma vez por ano para evitar a deterioração total de seus componentes. Agora, ele está com Fernando Pavani, de Pelotas/RS, que nos contou esta história.
Pavani recebeu de um amigo a dica de que um Gol com “no máximo 5.000 km rodados” estava à venda em Porto Alegre, e decidiu comprá-lo depois de ver algumas fotos e constatar que, na verdade, a quilometragem era ainda mais baixa.
No entanto, o aspecto o Gol não estava muito preservado: segundo Pavani, o interior estava coberto de mofo e carroceria, bastante suja. No entanto, era tudo completamente original – do acabamento interno à pintura, que só teve um dos para-lamas retocado com pincel para esconder um risco.
Pavani conta que, em determinado momento, o antigo dono deu um chute no para-lama, que ficou amassado (aparentemente este carro sempre foi uma grande fonte de mágoa para o rapaz…). A pintura não ficou marcada e, logo depois de comprar o carro, Pavani mandou consertar no martelinho de ouro. Além disso, algumas borrachas externas estavam ressecadas, e foram trocadas. O lado de dentro foi totalmente higienizado, e apresenta apenas alguns detalhes, como um pequeno rasgo no banco do motorista e algumas rebarbas no revestimento da porta do passageiro: por conta da umidade e do tempo o tecido descolou. Foi recolocado, mas algumas rebarbas ficaram aparentes.
De acordo com Pavani, o Gol está em plena ordem de marcha – o carro saía da garagem ao menos uma vez por ano, quando também tinha o óleo trocado, e bastou uma revisão de rotina para deixá-lo funcionando. Os quatro pneus são os Pirelli P400 originais, assim como o estepe, que nunca foi utilizado (nós trocaríamos os pneus, mesmo que fosse para deixar os originais guardados).
No mais, estamos falando de um Gol Mi com motor 1.6 a gasolina, que já tem injeção eletrônica multiponto e, com isto, entrega 89 cv. Com a injeção monoponto, usada até 1997, a potência era de 76 cv. Este é um exemplar da versão CL, básica, que tem e tem único opcional o sistema de direção hidráulica. Não é uma versão especial, mas pode ser bem interessante para quem estiver procurando um carro dos anos 1990 para usar no dia-a-dia e não se importa em pagar mais pelo bom estado de conservação. Ou pode ser uma boa adição a uma coleção.
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