Clube do Gol › Fóruns › Notícias Automotivas › Volkswagen Golf GTE x Toyota Prius: eles são híbridos e fazem mais de 20 km/l. Qual leva a melhor? – AUTO ESPORTE
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12/02/2020 às 06:57 #1010569863
Nos últimos tempos, presenciamos um enxame de carros elétricos no Brasil. Mas o alto preço, a questão da autonomia para viagens longas e a pequena infraestrutura ainda reprimem o avanço da tecnologia por aqui.
Outras marcas optam por um caminho alternativo: híbrido. São os casos da Toyota e, recentemente, da Volkswagen. Porém, a semelhança entre seus produtos para por aí.
A japonesa vende o Prius desde 2013; a VW, por sua vez, chegou agora a esse certame — e atrasada. O Golf GTE já está fora de linha na Europa e a subsidiária importou um pequeno lote de 99 exemplares.
O Toyota não carrega na tomada como o Volkswagen, mas custa R$ 134.990 contra R$ 199.990 do hatch.
O GTE tem zero a 100 km/h de esportivo — praticamente um GTI que come salada… em Mônaco! O Prius preza por conforto e serenidade. Será que os R$ 65 mil de diferença são decisivos?
Voltemos ao Prius. O facelift da quarta geração chegou em setembro de 2019 e manteve o trem de força, porém o design está mais harmonioso. Nessa reestilização, a marca mexeu no ponto crucial: a estranheza do visual.
Na traseira, saem as lanternas verticais que davam um aspecto esquisito e entram peças mais convencionais, horizontais. A dianteira tem novo para-choque. Ficou melhor.
Diferenciar o GTE nas ruas é fácil. Em vez dos detalhes vermelhos do GTI entra a cor azul no friso da grade dianteira que se estende até os faróis, no freio e em alguns detalhes internos.
O charmoso tecido xadrez dos bancos dá um toque de nostalgia ao modelo contemporâneo. No caso do eletrificado, ainda há faróis de LED e luz de rodagem diurna no contorno das entradas de ar laterais. Bem futurista…
O que não muda no Prius é o conjunto mecânico. O modelo usa uma geração antiga do sistema híbrido, formada pelo 1.8 a gasolina de 98 cv e 14,5 kgfm de torque e por um motor elétrico de 72 cv e 16,6 kgfm.
A potência combinada é de 122 cv e o torque chega a 30,8 kgfm. O Toyota Corolla Hybrid traz a nova geração desse sistema e ainda é flex.
A VW opta por outra receita. O 1.4 TSI a gasolina de 150 cv e 25,5 kgfm é aliado a uma unidade elétrica com o equivalente a 102 cv e 33,6 kgfm. Trabalhando em conjunto, fornecem 204 cv e 35,7 kgfm.
Por ser plug-in, além de as baterias que alimentam o motor elétrico serem recarregadas em uma tomada convencional, o hatch pode rodar até 50 quilômetros no modo elétrico. Há mais quatro ajustes de condução no seletor do console.
O Hybrid alterna entre as duas motorizações — mesmo assim, você tem mais controle no pedal para manter o carro somente no modo elétrico. O Battery Hold usa só o motor a combustão e preserva a autonomia do elétrico.
O Battery Charge prioriza o carregamento da bateria e deixa o desempenho manso, mas altamente eficiente para a recarga. A melhor forma de andar na cidade é mesclar o modo Battery Charge com o e-mode na maior parte do tempo, pois o consumo se torna baixíssimo.
O último — e mais legal — é o chamado GTE, em que o hatch não economiza gasolina ou eletricidade e deixa tudo à disposição do motorista. É nesse modo que o desempenho chega perto do primo GTI: zero a 100 km/h em 6,7 segundos — a VW fala em 7,6 s — e 222 km/h de velocidade máxima.
O Prius parece um carro 1.6 aspirado: precisa de 11,1 s para chegar aos 100 km/h. Mesmo no Power, o Prius faz tudo com calma. Muita calma.
As retomadas também são providenciais para aquela sensação de esportividade do Golf. Este, aliás, é outro ponto em que o VW esbanja em relação ao Toyota.
Resposta de direção e comportamento dinâmico afiados jogam a favor. O GTE continua sendo um Golf.
O Prius, por sua vez, é mais eficiente. Consegue atingir 22,8 km/l, mas falha na missão de entregar prazer ao dirigir, como faz o alemão. O Toyota tem outras qualidades, tais como espaço, suavidade e conforto para os passageiros.
O porta-malas de 442 litros é bem maior que o do Golf (272 l), além do fato de os sete centímetros a mais de entre-eixos serem cruciais para quem viaja nos bancos traseiros.
Golf e Prius se equivalem nos itens de série. O hatch da VW traz teto solar, rodas de liga e freio de estacionamento eletrônico (o do rival é no pé) — itens ausentes no Toyota.
Já o Prius conta com chave presencial, botão de partida, ajuste elétrico dos bancos e carregamento de smartphones por indução, inexplicavelmente indisponíveis no hatch.
No quesito segurança o GTE leva pequena vantagem por incorporar controle de cruzeiro adaptativo e detector de fadiga, além dos sete airbags e controles de tração e estabilidade (estes três últimos equipam também o Prius).
O interior é mais um tópico de grande divergência entre os carros. Volante e painel de instrumentos digital configurável com interface moderna dão a impressão de que vale a pena pagar R$ 200 mil. Mas o acabamento e a quantidade de plásticos utilizada não justificam os milhares de reais a mais.
Os dois carros misturam o material com partes em preto brilhante — nada requintado. Por mais que o Toyota tenha uma nova central com tela de 7 polegadas mais amigável e com diversas funções (GPS, TV, Android Auto e Apple CarPlay), o sistema ainda deve respostas mais ágeis e intuitivas.
O sistema da VW tem display de 9,2″, é fácil de mexer, ligeiro, aceita comandos por gestos e é referência para outras marcas. O grande charme do GTE, entretanto, é o banco xadrez. O toque clássico na cor azul — em vez do vermelho do GTI — é a cereja do bolo. O do Prius é revestido de couro e tem ajuste elétrico.
Quem comprar o GTE leva uma vantagem: as três primeiras revisões são grátis. A VW adota essa estratégia para outros modelos premium também. No Prius, o gasto não é absurdo: R$ 1.366. O Golf, mesmo híbrido, tem seguro caro, R$ 6.059. O do Toyota sai por R$ 2 mil a menos.
Agora vamos à resposta. Sim, os R$ 65 mil de diferença entre os carros pesam. E muito. Ainda mais porque o Golf está no final da vida. A versão GTE deve voltar com a oitava geração já apresentada no exterior.
Com a chegada do Corolla Hybrid — e de um SUV híbrido a curto prazo —, a vida do Prius também não deve ser tão longa no Brasil. Mas, com certeza, será maior que a do Golf.
Vencedor: Toyota Prius
Foi por pouco. Mesmo custando R$ 65 mil a mais que o Prius, o Volkswagen Golf GTE deu trabalho ao Toyota. É mais rápido, mais prazeroso ao dirigir, tem ótimo consumo e é mais tecnológico. Um ano atrás talvez o resultado deste comparativo fosse diferente. O sedã consome menos e é uma opção mercadologicamente melhor neste momento, além, claro, de ser ótimo para quem não está com muita pressa e quer salvar os pandas.
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