rewrite this content in portuguese:
São Paulo – As primeiras unidades eletrificadas da Volkswagen fabricadas no Brasil sairão da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP. A unidade receberá nova plataforma MQB com base em eletrificação e a partir de 2027 serão produzidos dois carros híbridos flex.
Esse investimento integra aporte de € 1 bilhão negociado pelos sindicatos com a matriz, adicional ao ciclo de R$ 7 bilhões, que vai de 2022 a 2026, e que deverá ser partilhado pelas quatro unidades Volkswagen no País – os porcentuais ainda não foram definidos.
Trata-se da primeira vez que a montadora irá fabricar um veículo híbrido mild hybrid – até então os que existem hoje pela marca são plug-in. Na avaliação de Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, esse é um passo muito importante para a planta da Anchieta, que irá conferir a ela uma sobrevida de pelo menos mais duas décadas:
“Como o motor híbrido flex será desenvolvido aqui em São Bernardo do Campo haverá a recriação da engenharia da Volkswagen, que nos últimos anos foi sucateada”.
Damasceno ressaltou que será composto um consórcio em que México e Índia irão ajudar no desenvolvimento do híbrido flex leve. Foi criado um protótipo para convencer a matriz de que ele seria viável e, a partir de agora, os três países irão unir esforços.
Não se sabe ainda se, posteriormente, haverá a produção de mild hybrids nessas localidades também, se os modelos serão distintos ou, ainda, se serão exportados desde o Brasil.
Perguntado se os dois carros híbridos serão versões de modelos existentes ou se serão criados do zero, Damasceno disse que ainda não dispõe desses pormenores, porém, garantiu que um será SUV e contou que, como o tamanho da plataforma do híbrido é maior, por exemplo, do tamanho da do Taos, fabricado na Argentina, será necessário desenvolver um novo veículo, embora ele possa seguir as linhas de um modelo já existente. Ou seja, ainda que seja um Nivus híbrido, ele será feito do zero, apenas aproveitando o nome.
E a ideia, conforme o sindicalista, é que o lançamento seja antecipado para 2026. “Vamos unir esforços para disponibilizar os produtos ao mercado o quanto antes”.
A novidade foi anunciada em assembleia realizada pelo sindicato na quinta-feira, 9, no pátio da fabricante. E, junto com ela, foi aprovada a extensão do acordo coletivo por mais cinco anos, ou seja, foi assegurada a estabilidade dos empregos até 2028.
Serão contratados 111 profissionais para trabalhar na engenharia e no desenvolvimento de produtos dos híbridos. Além disso, serão efetivados 150 operários com contratos temporários que venceriam em 31 de dezembro dezembro. Eles foram chamados entre maio e setembro deste ano, a fim de reforçar a produção da Saveiro.
Segundo Damasceno, que conduziu o ato, “este é um acordo que dá longevidade para a fábrica da Anchieta, reposiciona nossa região rumo à reindustrialização e gera as oportunidades de crescimento do setor de autopeças do ABC”.
Atualmente a unidade da Anchieta produz Nivus, Virtus, Polo e Saveiro e emprega 8,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 5 mil no chão de fábrica.
Taubaté terá contratação para produzir novo SUV compacto em 2025
Na fábrica da Volkswagen em Taubaté, SP, onde é produzido o Polo, também foi votada e aprovada a extensão do acordo coletivo até 2028, o que concede aos cerca de 3,1 mil funcionários estabilidade no emprego até lá.
Durante o ato foi informado aos operários que a partir de janeiro do ano que vem serão contratados 137 profissionais para trabalhar na produção de novo SUV compacto, previsto para ser lançado em 2025. A maior parte do investimento desse lançamento provém do ciclo de R$ 7 bilhões, porém, uma parcela do aporte de € 1 bilhão focado em eletrificação ajudará a concluir o projeto.
A princípio, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, essas contratações serão por prazo determinado, com duração de um ano e prorrogável por igual período. Do total, 37 vagas deverão ser de alunos do Senai. E todos os estudantes do sistema que trabalharem na Volks de 2025 a 2028 terão a admissão garantida, desde que cumpram requisitos estabelecidos pela fabricante.
O aporte de € 1 bilhão também reforçará outro projeto, em São José dos Pinhais, PR, onde é fabricado o T-Cross. A partir de 2026 será produzida uma picape maior que a Saveiro. Existe a possibilidade de que seu lançamento seja antecipado, assim como o dos híbridos leves de São Bernardo, afirmou Wellington Damasceno, do sindicato do ABC.
A Volkswagen informou que as negociações sindicais ainda estão em andamento, com votação prevista para sexta-feira, 10, na fábrica de motores de São Carlos. “Tais negociações representam um passo importante na busca de acordos que beneficiem todas as partes envolvidas. Não podemos confirmar mais informações dos resultados neste momento”.
A unidade de São Carlos receberá outra fatia do novo investimento a fim de prepará-la para produzir os componentes e o novo motor híbrido flex da montadora.