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Teste: aceleramos (muito) a nova Volkswagen Amarok V6 com até 272 cv | Carros

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      O segmento de picapes médias tem uma renovação natural mais lenta, mas a Volkswagen Amarok abusa dessa característica: a geração atual completa 10 anos de mercado. Enquanto não chega a próxima atualização, a marca optou por investir em desempenho com a versão V6. E agora a picape mais rápida do Brasil ficou mais potente — ainda que seu preço tenha subido na mesma proporção.

      O motor V6 3.0 turbodiesel saltou de 225 cv para 258 cv, enquanto o ganho de torque foi menor: de 56,1 kgfm para 59,1 kgfm. Mas o número que todo mundo vai falar (especialmente os concessionários) é 272 cv. Essa é a potência máxima da Amarok no modo overboost, que falaremos mais a frente.

      Claro que toda essa força custa caro. Na linha 2020 a Amarok V6 já era a picape mais cara do segmento, indo de R$ 234.690 (Highline) até os R$ 247.290 da topo de linha Extreme. Com as mudanças as opções seis-cilindros da Amarok agora vão de R$ 243.290 até R$ 256.390.

      E todo esse aumento foi para debaixo do capô: visualmente a nova Amarok V6 é idêntica às anteriores, e também não houve mudança significativa no pacote de equipamentos. Ou seja, nada de chave presencial, frenagem automática de emergência ou mesmo tampa da caçamba com trava elétrica — itens que já equipam boa parte das suas rivais topo de linha.

      O santantônio estilizado é exclusivo da versão Extreme — Foto: Fabio Aro

      Pediu água
      Questões cromáticas à parte, o aumento de potência da Amarok não veio apenas de alterações na injeção eletrônica. Para garantir a durabilidade do propulsor no uso, a Volkswagen incluiu uma segunda bomba d’água para reforçar a refrigeração do motor, que também equipou o Audi Q7 no Brasil antes de sua última atualização.

      A mudança veio a calhar: nas provas de desempenho no campo de provas em Tatuí (SP) a unidade avaliada por Autoesporte chegou a indicar aumento substancial na temperatura do fluido de arrefecimento nas acelerações e retomadas. O aquecimento, porém, se manteve dentro dos limites de segurança e foi reduzido segundos após o acelerador ser aliviado.

      Interior simples recebeu friso em preto brilhante, mas destoa da concorrência moderna — Foto: Fabio Aro

      É justamente nas acelerações intensas que o overboost é acionado. As circunstâncias para a Amarok chegar nos 272 cv são restritas: o acelerador precisa estar acionado em, no mínimo, 70% do seu curso, e a potência total só chega quando o pedal fica a 95%. A velocidade também precisa estar entre 50 e 120 km/h e o “turbo” adicional dura só 10 segundos — ou menos, se a picape passar dos 140 km/h.

      Essas limitações ajudam a explicar um resultado que pode ser polêmico: em nossas medições a nova Amarok V6 fez o zero a 100 km/h nos mesmíssimos 7,8 segundos do modelo anterior. Claro que não é um número desprezível. Mas assim fica mais difícil justificar para o cliente a compra da linha 2021 em vez de pegar a Amarok V6 anterior de estoque com desconto.

      O câmbio de oito marchas tem opção de trocas sequenciais e faz par com a tração integral permanente — Foto: Fabio Aro

      Uma dica para o vendedor é falar que nunca foi tão fácil fazer ultrapassagens com a nova Amarok V6. Lembra que o overboost só entra em ação com o carro já em movimento? Na prática ele beneficia mais as retomadas, que foram sempre melhores em relação às do modelo anterior. Ok, os ganhos foram pontuais: 0,3 s mais rápidas, em média, nas nossas medições.

      Outra sugestão é pedir para o cliente segurar o carro no freio com o pé esquerdo e pisar fundo no acelerador com o direito para ver a arrancada. Esse procedimento, conhecido como estol, reduz o atraso da turbina (turbo lag) e permite que a Amarok alcance os tais 7,8 segundos. Quem fizer o procedimento habitual, de apenas pisar no acelerador, pode se frustrar: nessa situação há uma demora chamativa para o carro entregar potência, que ocorre de forma súbita assim que o conta-giros passa dos 3.000 rpm.

      Solução clássica
      Esse comportamento ocorre porque, para extrair mais potência, a Volkswagen elevou o regime de rotações em que a cavalaria é entregue. Antes ele acontecia a 3.000 rpm, e agora ocorre a 3.250 rpm, um ganho considerável considerando que é um motor diesel, com regime de rotações menor do que um de ciclo Otto.

      Os bancos elétricos estão entre os mais confortáveis do segmento — Foto: Fabio Aro

      Aumentar a potência elevando a rotação de seu pico é uma das primeiras coisas que preparadores fazem para extrair mais força do motor sem precisar de grandes mudanças mecânicas. Isso funciona muito bem nas competições, onde o conta-giros sempre está próximo da faixa vermelha, mas nem sempre é adequado para o uso urbano.

      Felizmente o V6 manteve o bom casamento com o conhecido câmbio automático de oito marchas da ZF. Ele entende rapidamente as intenções do motorista e promove reduções rápidas, que podem ser complementadas pelas borboletas no volante. Não é o foguete que a ficha técnica promete, mas é o mesmo comportamento da Amarok anterior, o que é ótimo.

      Atrás fazem falta o difusor do ar-condicionado e entradas USB extras. O console rouba espaço do quinto passageiro — Foto: Fabio Aro

      A picape da Volkswagen sempre foi a opção mais indicada para quem prefere uma dinâmica mais próxima à de um carro de passeio. A suspensão firme chega a ser desconfortável no dia a dia, mas dá uma estabilidade incomum para um veículo de 2.185 kg. A segurança (real e aparente) continua sendo a melhor do segmento, muito graças aos largos pneus 255/50 de perfil baixo e aos freios a disco nas quatro rodas.

      A tração integral faz o melhor ajuste para qualquer tipo de terreno e não tem limitações para uso em piso aderente, ao contrário do 4×4 de Ford Ranger, Chevrolet S10 e Nissan Frontier. Por outro lado, a Amarok continua sendo a única picape média nessa faixa de preço sem reduzida, limitando sua versatilidade off-road ao diferencial traseiro com bloqueio eletrônico e assistente de descida.

      Monotonia interior
      A manutenção do visual exterior se repetiu no interior, e a Amarok continua com painel retilíneo e acabamento simples, composto basicamente por plástico rígido. O ar-condicionado automático de duas zonas permite o uso da ventilação forçada com o carro desligado e os retrovisores têm o exclusivo sistema de aquecimento para eliminar aquelas gotas que grudam no vidro durante chuvas.

      Mas a central multimídia Discovery Media, que figurou entre as melhores do segmento no passado, agora sofre com suas limitadas 6,3 polegadas e uma única entrada USB. O ESC continua com truques interessantes, incluindo ABS com função off-road e secagem dos discos nas chuvas, mas os quatro airbags destoam do sexteto comum a todas as rivais. Na Amarok as bolsas laterais são altas e protegem a cabeça dos ocupantes dianteiros, mas não entregam a proteção para quem viaja atrás oferecida pelos airbags de cortina.

      Os bancos dianteiros com ajuste elétrico continuam iguais, mas isso é uma virtude. Largos e compridos, os assentos entregam ótimo apoio para o corpo e figuram entre os mais agradáveis do segmento. Por outro lado, o espaço para quem viaja atrás é apenas adequado, além disso falta difusor de ar-condicionado e conexões USB adicionais.

      Desempenho

      Aceleração
      0 a 100 km/h 7,8 segundos
      0 a 400 m 15,7 s
      0 a 1.000 m 28,7 s
      Velocidade após 1.000 m 181,9 km/h
      Velocidade real a 100 km/h 97 km/h
      Retomada
      40 a 80 km/h (Drive) 3,4 s
      60 a 100 km/h (D) 4,2 s
      80 a 120 km/h (D) 5,2 s
      Frenagem
      100 a 0 km/h 40,5 metros
      80 a 0 km/h 26,4 m
      60 a 0 km/h 15,5 m
      Consumo
      Urbano 9,1 km/l
      Rodoviário 12,1 km/l
      Autonomia máxima 968 km

      Considerando isso, a marca fez certo em promover melhorias pontuais apenas na versão seis-cilindros. Sem falar que, de quebra, reconquistou o título de picape mais potente do Brasil, que havia sido brevemente dado à Toyota Hilux GR-S V6 a gasolina. Isso veio ao custo de ela continuar sendo a picape média mais cara do país também.

      Seu bolso

      Preço sugerido R$ 256.390 (Extreme)
      Pacote de peças* R$ 23.571
      Revisões até 60 mil km R$ 8.172
      Seguro** R$ 6.036
      Desvalorização*** -8,8%
      Garantia 3 anos

      *Retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro de ar (elemento), filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível. Os valores podem sofrer atualizações / **Seguro: As cotações foram feitas pela Limiar Seguros [(11) 2506-9242] com base no perfil de um homem de 40 anos, casado, morador da zona sul de São Paulo, sem bônus / ***Desvalorização nos últimos 12 meses avaliada pela KBB, considerando a oferta do veículo como parte de pagamento para um zero quilômetro

      Mas, para quem gosta de uma direção mais prazerosa e valoriza desempenho, as mudanças são bem-vindas e mais que suficientes para garantir a sobrevida da Amarok até a chegada de sua segunda geração.

      Ficha técnica

      Motor Dianteiro, longitudinal, 6 cil. em V, 3.0, 24V injeção direta, turbodiesel
      Cilindrada 2.967 cm³
      Potência 258 cv a 3.250 rpm
      Torque 59,1 kgfm a 1.400 rpm
      Câmbio Automático, 8 marchas
      Tração 4×4 com diferencial central
      Direção Hidráulica
      Diâmetro de giro 12,9 m
      Suspensão Independente. Duplo A (dianteira) e eixo rígido com feixe de molas semielípticas (traseira)
      Freios Discos ventilados (dianteira) e sólidos (traseira)
      Rodas e pneus 255/50 R20
      Comprimento 5,25 metros
      Largura 1,94 metro
      Altura 1,83 metro
      Entre-eixos 3,10 metros
      Tanque 80 litros
      Peso 2.185 kg
      Volume da caçamba 1.280 litros
      Capacidade de carga 1.156 kg

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