O chamado Imposto Seletivo, popularmente conhecido como “imposto do pecado” não está agradando apenas os fabricantes e importadores de carros elétricos e híbridos, mas também as empresas tradicionais do setor automotivo, como a Volkswagen.
Ciro Possobom, CEO da VW no Brasil, listou distorções que a incidência do Imposto Seletivo (IS) supostamente levaria ao setor, às vésperas da votação da reforma tributária, segundo o site da CNN.
.Para o executivo da VW, a tributação que o governo federal deseja impor sobre todos os veículos, incluindo carros flex, dificultaria o acesso ao carro novo pela classe média, devido ao aumento de preços, o que atrasaria a renovação da frota do país.
Possobom disse: “Com o imposto seletivo, os impostos sobre as vendas de veículos no Brasil se tornam ainda mais altos do que nos EUA, na China e na Europa […] Por esses motivos, defendemos que não haja seletivo para os carros”.”
Como se sabe, no Brasil, as montadoras reclamam há anos da alta carga tributária que incide sobre os automóveis, algo entre 35% e 50% do valor final do veículo, dependendo do produto.
O Imposto Seletivo visa cobrar dos produtos fabricados no setor automotivo e outros, a emissão de poluentes em sua cadeia de produção, o que se traduz em punir o produto pelo processo no qual foi fabricado.
Por isso está sendo chamado de “imposto do pecado”, para cada produto pagar pela culpa de ter emitido poluentes em sua construção. No entanto, o governo não pretende cobrar isso dos caminhões e ônibus, que estão isentos da penalização.
No congresso, o debate sobre a taxação não considerava veículos elétricos e híbridos, nem a inclusão de carros a combustão, mas a inclusão dos mesmos acabou por afetar o relacionamento entre o governo e as montadoras.
Possobom enfatiza que o imposto manterá por mais tempo os carros antigos nas ruas, com veículos de 20 anos de idade emitindo 20 vezes mais poluentes do que os atuais.
Uallace Moreira, secretário de desenvolvimento industrial, argumenta que o Imposto Seletivo não aumentará os preços dos carros, pois será embutido nos créditos do IPI Verde, aos quais as montadoras terão direito após a habilitação no Programa Mover. Por enquanto, parece que isso ainda não convenceu o setor…