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Avaliação: Volkswagen Golf GTE no uso diário

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      Divulgação

      No mês passado, publiquei as minhas primeiras impressões do Volkswagen GTE (veja aqui). Passado algum tempo, eis que o primeiro híbrido plug-in da VW à venda em nosso mercado retornou para mim. E teria cinco dias para utlizá-lo nas minhas tarefas cotidianas, como ir ao trabalho ou fazer compras.

      Antes de sair da Fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, tirei alguns minutos para observar o visual. Ele se destaca pelo para-choque dianteiro com luzes diurnas de circulação (DRL) no formato de “C”, pelos detalhes em azul na grade do radiador e nos faróis, pelas lanternas com luzes de direção dinâmicas, além das rodas exclusivas e dos emblemas alusivos à versão.

      Os destaques do interior estão no tecido dos bancos com o xadrez em azul, no quadro de instrumentos totalmente digital e no emblema GTE na base do volante. Duas comodidades abolidas nos modelos mexicano/nacional estão presentes nesta variante: o freio de estacionamento eletrônico e a função Auto Hold, que impede a movimentação do carro ao tirar o pé do pedal de freio. 

      Poucas 100 unidades vieram da Alemanha e o preço de R$ 199.990 assusta. Ou seja, custa mais frente aos rivais Toyota Corolla Hybrid (de R$ 124.990 a R$ 130.990) e Prius (R$ 128.530), Ford Fusion Hybrid (R$ 182.990), além dos Lexus CT200h (R$ 143.990) e UX250h Luxury (R$ 193.990).

      Após o término da produção do Golf GTI, na planta de São José dos Pinhais (PR), o Golf GTE tornou-se o único exemplar da família disponível no Brasil. Lá fora, a gama GTE ainda traz o Passat e a perua Passat Variant GTE, só para citar. E chega de blá blá blá…

      Convivência híbrida
      Iniciei o meu relacionamento com o Golf GTE no modo Hybrid Auto. Ele é um dos cinco modos de condução disponíveis. O motor a combustão 1.4 TSI (EA211) de 150 cv e 25,5 kgfm trabalha conjuntamente ao propulsor elétrico de 102 cv e 33,6 kgfm para oferecer potência e torque combinados de 204 cv e 35,7 kgfm. A transmissão é a DQ400E, uma variação da caixa DSG de seis marchas destinada aos híbridos da VW. Ela possui três embreagens: duas ligadas ao motor a combustão e uma no elétrico.

      A transição entre eles é imperceptível e este balé pode ser acompanhado tanto pelo quadro de instrumentos quanto pela tela de 9,2” da central multimídia. O Golf GTE anda com disposição e, segundo o fabricante, é possível atingir 222 km/h de velocidade máxima e cravar uma autonomia de 939 km. Logo de cara, percorri mais de 60 km e o computador de bordo registrou um consumo médio de 40 km/l em trajeto urbano (trânsito livre). A regeneração de energia acontece nas frenagens e nas desacelerações. Essa média de “cair o queixo” caiu para 20 km/l com trânsito moderado e para 14 km/l nos congestionamentos mais pesados.

      Já estava convencido das capacidades do VW e aproveitei os dias restantes para explorar os demais programas. O E-Mode transforma o Golf em 100% elétrico ao utilizar somente a energia armazenada no conjunto de baterias, composto de oito módulos de 12 células totalizando 96 células de 3,6V (cada). O silêncio é absoluto e o único barulho presente é o da rolagem dos pneus sobre o asfalto. Não se engane, pois o somente o propulsor elétrico dá conta de mover os seus 1.524 kg (120 kg só da bateria) e ainda levar o hatch médio aos 130 km/h de velocidade máxima, com até 50 km de alcance.

      É uma experiência de dirigir o futuro com a consciência e o meio ambiente limpos. Como moro em prédio e não tenho uma tomada a minha disposição, aproveitei uma ida ao supermercado para abastecer a dispensa de casa e o ainda o “Golfão”. Para acessar a tomada do Tipo 2, basta abrir o logotipo da VW na dianteira. Dentro do compartimento estão presentes dois botões: recarga padrão ou carregamento com carga programada. E o tempo para “encher o tanque” varia de 2h15 e 3h45.

      Passada quase uma hora, o indicador pulou do zero para 35 km de autonomia. Como não se encontra postos de carregamento em cada esquina, acionei o programa Battery Hold para preservar a carga e utilizá-la futuramente. Ainda está disponível o modo Battery Charge, que aciona o motor a combustão para recarregar o conjunto de baterias. Neste último, o consumo foi de 5,6 km/l, mas em pouquíssimo tempo o conjunto de bateria estava totalmente carregado.

      O modo de condução mais legal é o GTE. Ele configura o carro para entregar o máximo de desempenho e altera alguns parâmetros, como motor, transmissão, câmbio, direção, servo freio eletrônico e ainda liga um emulador de som para mexer com os ânimos. As respostas rápidas e de prontidão arrancam sorrisos.

      Ele pode ser “amigo do meio ambiente”, mas sem esquecer de oferecer uma dirigibilidade afiada e muito divertida. Só para comparar, o GTE vai de 0-100 km/h em 7,6 segundos, enquanto o GTI cravava em 7 segundos. Essa esportividade é acompanhada pelas suspensões no meio termo entre firmes e confortáveis. Aliás, elas não incomodam no uso urbano ao passar pelas irregularidades do asfalto. As rodas de 16” utilizam pneus com perfil 55, que ajudam na absorção dos impactos.

      O Golf GTE não pode ser barato, mas ele entrega um desempenho esportivo e boas médias de consumo. Além disso, ele não o tornará um escravo dos postos de recarga pela possibilidade de carregamento pelo motor a combustão ou nas tomadas residenciais. Embora seja um modelo de sétima geração, é uma opção para entusiastas do Volkswagen. E como sempre digo: “um Golf é sempre um Golf. Não importa o ano tampouco o modelo”.


      FICHA TÉCNICA

      Volkswagen Golf GTE 
      Preço básico: R$ 199.990
      Carro avaliado: R$ 199.990
      Motor: gasolina de quatro cilindros em linha 1.4 16V, duplo comando de válvulas, turbo, injeção direta, intercooler  + motor elétrico
      Cilindrada: 1395 cm3
      Combustível: gasolina + eletricidade
      Potência: 150 cv entre 5.000 e 6.000 rpm + 102 cv (elétrico) = 204 cv
      Torque: 25,5 kgfm de 1.600 rpm a 3.500 rpm  +33,6 kgfm (elétrico) = 35,7 kgfm
      Câmbio: automatizado com três embreagens (duas conectadas ao motor a combustão e uma acoplada ao propulsor elétrico)
      Direção: elétrica
      Suspensão: MacPherson (d) e multibraços (t)
      Freios: Discos ventilados (d) e sólidos (t)
      Tração: dianteira
      Dimensões: 4,364 m (c), 1,799 m (l), 1,457 m (a)
      Entre-eixos: 2,631 m
      Pneus: 205/55 R16
      Porta-malas: 380 litros
      Tanque: 40 litros
      Peso: 1.524 kg
      0-100 km/h: 7s6
      Velocidade máxima: 222 km/h
      Consumo cidade/estrada combinado: 62,5 km/l (NEDC)
      Nota do Inmetro: A*
      Classificação na categoria:A*
      Emissão de CO2: 39 g/km*
      *estimado 

       

       

       

       



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